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  • domingo, 19 de dezembro de 2010

    Bolívia: Expedição Salar de Uyuni


    O Salar de Uyuni é a maior planície de sal do mundo, com 12.000 Km², localizado a 3.600m de altitude. Alguns estudiosos defendem que nesse lugar existia um lago de sal pré-histórico, Lago Minchin, que cobria boa parte do sudoeste da Bolívia. Após anos, esse lago secou criando essa enorme salina. Outros estudiosos defendem que o Salar de Uyuni tem conexões com os oceanos, mas a grande maioria dos estudos teoriza que quando os Andres foram formados, há milhões de anos, o choque das placas tectônicas dividiu os oceanos. Parte desses mares ficaram a leste da cordilheira e com o passar dos anos evaporaram, deixando no altiplano o sal de suas águas. O salar é composto por aproximadamente 11 camadas com espessuras que variam entre 2 e 10 metros, sendo a mais externa de 10 metros. A profundidade total é estimada em 120 metros e é composta de uma mistura de salmoura e barro lacustre. O salar é também uma das maiores reservas de lítio do mundo, além de conter importantes quantidades de potássio, boro e magnésio. Prepare sua maquina fotográfica para guardar de lembrança tudo o que essa região tem para oferecer, são elas: Vulcões, Lagoas, Ilhas, Flamingos, Geiseres, Piscinas Termais e muito mais. Em resumo, a beleza selvagem do grande deserto de sal faz dele um dos mais inspiradores espetáculos da América do Sul. Irei relatar um pouco das minhas aventuras nesse fantástico lugar, acompanhe....

    Iniciei essa excelente aventura em San Pedro do Atacama no dia 11/01/10 e finalizei em Uyuni no dia 13/01/10. Foram os 3 dias mais emocionantes da minha vida (rs!). O período é de chuvas (dezembro a janeiro), no entanto tivemos sorte e não pegamos nenhuma gotinha de água no Salar. 


    Minha viagem começou 14 dias antes, vindo  por Punta del Este (Uruguai), passando por Santiago (Chile) e subindo pelo litoral (norte) chileno até chegar em San Pedro do Atacama. Em San Pedro contratei a Expedição no Salar de Uyuni por 4 dias, onde seriam 3 dias na Expedição e 1 dia de retorno de Uyuni para San Pedro do Atacama. Meu investimento foi de CHP$ 70.000 (U$ 148,00) pelos 4 dias, incluídos: transporte, alimentação e hospedagem. Caso você queira somente 3 dias, o pacote custa U$ 100,00. Fechei tudo com a operadora COLQUE TOURS, ela é a mais bem recomendada para esse passeio. Nos valores acima não estão inclusos as entradas da Reserva Nacional - Bs. 30,00 (U$ 4,00) e da Isla del Pescado - Bs. 15,00 (U$ 2,00). Os preços dos pacotes podem ter variações dependendo do período do ano. Como fui em janeiro, a procura estava muito alta e ai não tem jeito, os preços sobem. Em períodos de baixa estação os preços giram em torno de: 4 dias  (U$ 85,00) e 3 dias (U$ 65,00), com saídas de San Pedro do Atacama (Chile) ou de Uyuni (Bolívia).


    Os roteiros podem ser montados conforme o seu bolso. Vou deixar 4 opções de roteiros para essa Expedição no Salar de Uyuni. Existem outras, no entanto essas são as mais efetuadas.



    Uyuni não possui terminal rodoviário, para tal atividade é utilizada a Av. Arce com a Calle Cabrera, atrás da igreja. Já a estação de trem tem entrada em frente a Plaza Arce, do lado oposto a torre do relógio, na Av. Ferroviaria. Para chegar até Uyuni existem várias opções, são elas: Pela Bolívia vindo via Santa Cruz de La Sierra (bus ou avião), Sucre (bus), Potosí (bus) chegando em Uyuni. Outra via é por La Paz (bus), Oruro (bus ou trem) chegando em Uyuni. Pelo Chile via San Pedro do Atacama e pela Argentina via Villazon (bus), Tupiza (Bolívia) (bus ou trem) chegando em Uyuni. Nessa região não existem transportes regulares ou empresas de bus que façam as rotas com horários e tarifas fixas. O melhor mesmo é estudar e ver a melhor opção conforme o seu roteiro.
    Fonte: FCA - Empresa Ferroviária Andina S.A. 
    Para mais informações e compra de boletos consulte: http://www.fca.com.bo
    No final da nossa Expedição, fizemos o trecho de Uyuni até La Paz em 11h. Saímos as 20h  no "melhor" bus, segundo o nosso motorista da expedição. Sinceramente, essa viagem vai ficar marcada por toda a minha vida (rs!), meus amigos que não me deixam mentir. Além do ônibus não ajudar (sem nenhum conforto), a estrada entre Uyuni e Oruro é terrivel, cruzando desfiladeiros, muito estreita e cheia de buracos. O ônibus sacolejava de um lado para o outro durante 8h até chegar em Oruro, sempre em marcha muito lenta. Fora as pessoas que passavam mau (vomitando), outros bêbados e alguns até cantando (Corazóóónnn... rs!).
    As paradas eram constantes para embarque e desembarque. O  amontoando pelos corredores era inevitável e muitos deles deitavam no corredor para dormir, acreditem! Isso é uma prática bem comum na Bolívia... Por volta de umas 2h da manhã o bus para e desço para um pipi rápido e verificar a possibilidade de um lanche. Lanche?! Iludido...(rs!) Pedi uma Pepsi pro cara, ele rasgou o saco das embalagens pets e me entregou uma. Não acreditei...(rs!) Tava pagando pra beber um refrigerante quente. Pessoal, na Bolívia todos os preconceitos são quebrados, TODOS! Conseguir beber qualquer coisa gelado por lá é quase que impossível. Imaginem a venda de derivados de leite (iogurte, leite batido...) todos sem refrigeração, nas calçadas...isso É NORMAL! Chegamos vivos em La Paz após 11h, isso que importa. O melhor dessas situações são os momentos vividos e as histórias para contar depois (rs!).
    Uyuni parece muito com aquelas cidades dos filmes de faroeste (rs!), muito rústica e pequena. Tudo pode ser feito a pé, no entanto os passeios nas proximidades da cidade devem ser feitos com um guia.


    Em Uyuni existem várias opções simples e básicas, com pouco conforto e sem café da manhã, sempre localizados nas proximidades da Plaza Arce. Como reservar?! É meio complicado, no entanto existem algumas opções no HOSTEL WORLD , confira!

    Hostelling International Salar de Uyuni –  Single: U$ 9,90 – Compartilhado: U$ 6,90
    Piedra Blanca Backpackers Hostel –  Single: U$ 16, – Compartilhado: U$ 6,50
    Hotel Girasoles – Single: U$ 16,00
    Hotel de Sal - Single: U$ 55,00
    Luna Salada Hotel - Single: U$ 85,00
    Hospedaje El Salvador - Av. Arce 346 - Duplo: U$ 7,00
    Hostal Europa - Av Ferroviaria esq com Av. Sucre - Single: U$ 4,00
    Hotel Avenida - Av. Ferroviaria 11 em frente a estação de trem - Single: U$ 7,00 - Duplo: U$ 13,00
    Hotel Kutimuy - Av. Potosi esq Calle Avaroa - Single: U$ 7,00 - Duplo: U$ 17,00

    Nessa região o prato mais tradicional é a carne de llama. Entenda assim, llama na Bolívia é igual Boi no Brasil. É a carne mais apreciada por essas bandas e de várias maneiras, em forma de bife, guisada, assada e tipo charque (igual a nossa carne se sol). Geralmente é servida com Quinua, um cereal muito nutritivo semelhante ao nosso arroz. Na duvida, prove! As comidas são diferentes e gostosas. Você pode experimentar essas delicias ao longo das refeições da expedição do Salar e também em Uyuni. Mas se você é daqueles tradicionais, em Uyuni também são servidos pratos da cozinha internacional, só não vá esperando isso na expedição, se quiser vai ter que levar sua própria comida. Abaixo seguem algumas dicas de restaurantes, e caso prefira fazer sua própria comida, passe no Mercado Municipal, lá você encontra de tudo.
    Pub e Pizzaria Arco Iris - Plaza Arce - Pizzas, massas, carnes.
    Kactus - Plaza Arce - Menu do dia, almoço, jantar, lanches em geral, sobremesas e sorvetes.
    16 de JulioPlaza Arce - Menu do dia, almoço, jantar, lanches em geral, sobremesas e sorvetes.
    Don Oscar - Av. Potosí - Menu do dia e a lá carte.

    Como falei anteriormente, a cidade é muito pequena, rústica e não tem muito o que fazer. Se quiser tomar uma cerveja PACEÑA ou uma HUARI (não muito gelada rs!) passe pela Plaza Arce, esse lugar a noite é point dos viajantes.




    Essa pequena cidade é o ponto de partida ou chegada da fantástica Expedição no Salar de Uyuni. Vou relatar a viagem que fizemos, com início em San Pedro do Atacama e término em Uyuni. Vamos lá...


    1º DIA - Saímos as 7h da manhã de San Pedro do Atacama em um micro ônibus sentido fronteira do Chile com a Bolívia. Essa foi nosso primeira parada. Já cruzei 4 vezes a fronteira do Chile e essa foi a mais tranqüila, só uma fila de 30min e as mochilas não foram revistadas. 
    Da esquerda para a direita: Eduardo (Porto Alegre), Rafael Cardoso (RJ), Augusto (Porto Alegre),  Lili (RJ) , Vanessa (SP), Cintia (Recife), Rafael Ratto (Campinas) e Eu (Fortaleza)
    Tiramos algumas fotos, conhecemos outros brasileiros que também iam para a Expedição e partimos. San Pedro do Atacama está localizada a 2.400mts de altitude, suportável! No caminho para a Bolívia já começamos a sentir a altitude no caminho. A paisagem desse trecho é muito bonita, sempre acompanhada pelo imponente Vulcão Lincacabur, com seus 5.916 mts de altura. Após 30min de viagem chegamos na Bolívia. Saímos todos do microbus, passamos no local que carimba o passaporte e seguimos viagem em um 4x4. Mais a frente paramos no
    escritório central da Reserva Nacional Eduardo Avaroa, pagamos a taxa de Bs. 30,00 e aproveitamos para tirar mais algumas fotos, dessa vez na Laguna Blanca. A altitude já começava a incomodar, estavamos a mais de 4.000mts. Seguimos para um pequeno restaurante onde tomamos o café da manhã, eu não consegui comer nada por conta das dores cabeça que já começava a sentir. Após alguns quilômetros estávamos na Laguna Verde, o lugar é surreal, as fotos não deixam mentir.
    Não sei se perceberam, mas em uma manhã subimos para 4.400mts, o corpo começa a sentir os reflexo desse "esforço". Após a Laguna Verde eu não consegui mais sair do carro, com muitas náuseas, dores de cabeça e todos os sintomas de quem visita o altiplano. Rodamos por mais 1h e chegamos nas Termas Polques, nesse lugar eu não consegui descer do carro. As águas chegam a 30ºC e quem tomou banho disse que é bem legal. Embora no meio do deserto, o clima é agradável e em alguns momentos faz frio. Prosseguimos viagem e chegamos nos Geyseres Solar de Mañana, eu com muita dificuldade de descer do 4x4, mas procurando manter a calma, alias a aventura estava só começando. Nesse momento estamos a 4.850mts. Uma observação: para quem vem do Atacama e visitou os Geyseres El Tatio, fala que os geysers chilenos são infinitamente melhores do que esses. Nós não visitamos o El Tatio e nos arrependemos. Andando mais um pouco em nosso 4x4 e chegamos ao Valle de Rocas, uma zona com vegetação rasteira e muita pedra avermelhada.

    Nossa aventura estava chegando ao fim nesse dia. Por volta de umas 16h chegamos no alojamento que passaríamos a noite. O alojamento é localizado em um colina acima da Laguna Colorada, com uma vista muito bonita da laguna. Chegando no local procurei descansar e me recuperar dos males da altitude (rs!)... gente a altitude causa sensações no nosso corpo que não consigo descrever, só quem já foi é que sabe como realmente é. Eu me preparei durante 4 meses para essa viagem, fui a médicos, procurei seguir todos os passos corretamente para não passar pelo que estava passando naquele momento. Por volta de umas 22h comecei a passar muito mau, meus amigos todos preocupados saíram em busca de socorro. Nosso motorista o "Charles Bronson" (vide ultimas fotos do post) - vocês vão entender o pq! - conseguiu fazer uma "pajelança" a base de COCA e explicou para o Augusto como eu iria tomar. Pessoal, eu já estava quase vendo JESUS! Relutei muito em tomar aquele negocio, mas o Augsuto foi curto e grosso "ou bebe ou morre" (rs!) Tomei e pedi aos meus amigos para me levarem ao banheiro - se é que podemos chamar assim. Eu não conseguia andar sozinho, fui carregado na ida e na volta. A "pajelança" começou a fazer efeito, comecei a suar muito (por conta da febre) e dormi novamente. Por volta de umas 3h da manhã a Cintia também começa a passar mau, a Vanessa se desespera, pega o celular e manda um SMS pra casa pedindo orações (como assim?!), estavamos no meio do nada, nem energia elétrica tinha (rs!), a energia do local era a base de luz solar. Ainda bem que a tentativa de contato com o MUNDO não deu certo, já imaginaram os pais dela recebendo uma mensagem dessas em plena madrugado (rs!). Não consegui dormir mais, as dores de cabeça ainda eram muito fortes e fiquei tentando me ajeitar como podia naquela cama.
    2º DIA - O dia clareou na Laguna Colorada e continuamos nossa caminhada pelo deserto em nosso 4x4 (ou ambulância! rs!). A tendência era começarmos a melhorar, pois ao longo do dia iriamos descer quase 1.500mts. O roteiro do dia foi bastante divertido, embora todos doentes (rs!). Logo cedo visitamos a Arbot de Piedra, depois tomamos café (eu não!) e seguimos nesse imenso deserto. Existem momentos nessa viagem onde os lugares são muito parecidos, fica aquela sensação de que estamos caminhando em círculos. No almoço, agora com uma altitude bem mais amena, consegui comer alguma coisa, porem com restrições. Se você um dia for visitar esse lugar procure beber muita água, no mínimo uns 5lts por dia, isso ajuda a aliviar a sensação da altitude. Após o almoço uma surpresa que contagiou a todos. 
    Nosso motora "Charles Bronson" colocou um cd do Michael Jackson, para nosso surpresa ele cantava e dançava ao volante escutando aqueles hits dos anos 80. Foi muito divertido! Rodamos por muitos caminhos difíceis nessa tarde, passamos por dentro de lagoas, vales e desertos. Destacando nessa caminhada a Laguna Hedionda (embora seca), com uma vista sensacional do vale onde ela esta localizada.





    Passamos também na Laguna Ramanditas, antes de chegarmos no Pueblo de San Agostin. Lugar calmo, porque não dizer, quase que deserto! Esse foi nosso primeiro contato com o povo bolivianos propriamente dito. EVO é um deus para esse povo. Sua admiração é tamanha ao ponto de observamos sua foto em quase todas as casas do povoado. Ficamos parados alí por quase uma hora, aguardando os outros dois carros chegarem. 

    Uma coisa interessante nesse passeio é que os carros andam em comboio, ajudando uns aos outros. O nosso carro era o líder do comboio e em alguns momentos tivemos que parar para ajudarmos os demais, no entanto situações de rotina, nada que pudesse atrapalhar a nossa viagem. Saímos do pueblo e seguimos rumo a Juliaca, outro pueblo, porem um pouco mais desenvolvido. Esse lugar é parada para os trens que vêm de Oruro rumo a Tupiza. Aqui presenciamos um cena muito engraçada. Nossa amiga Lili foi literalmente atacada por uma Llama "tarada" (rs!). Ela entrou em desespero e ninguém conseguia fazer nada para ajuda-la, todos nós só conseguimos rir de toda a situação. Llama controlada, animos e a saúde sob controle, seguimos viagem o local onde iríamos dormir.
    Chegando em nossa hospedagem, verificamos uma diferença muito do alojamento da noite anterior. Tínhamos banho quente, cama com boas cobertas e jantar de primeira. Nessa noite a Cintia passou muito mau ainda, acredito que reflexo do dia anterior. Eu já estava bem melhor, pela foto acima é possível observar.(rs!).
    3º DIA - Acordamos por volta de umas 7h, tomamos café e colocamos as mochilas em cima do nosso possante! Logo na saída da nossa hospedagem avistamos o imenso Salar de Uyuni. Gente, o negocio assusta de prima!!! É um mar de sal...nossa vista não consegue visualizar o outro lado do salar, é incrível. Nesse momento eu parei de reclamar do primeiro dia de viagem e comecei a dizer que passaria tudo novamente, visto a beleza daquela imensidão branca que tomava de conta dos meus olhos. Nem preciso lembra que o uso de óculos de sol e de protetor solar fazer parte do "kit" de sobrevivencia...(rs!). Bem, vou deixar as fotos falarem por mim, ok! Vejam...



    O mais interessante desse trecho é saber que somente o conhecimento do nosso guia é capas de nos levar ao nosso próximo objetivo, a Isla Del Pescado. Não existem trilhas dentro dessa imensidão de sal, o negocio é puro instinto. Após 100km de sal chegamos na Isla del Pescado, o local dos Cactos Gigantes e as tão sonhadas fotos de perspectivas. Curtam....


    Ficamos por quase 2h naquele lugar maravilhoso e seguimos para o ultimo trecho de nossa aventura pelo Salar de Uyuni. Após 30min chegamos no Hotel de Sal! Uma construção toda feita com blocos de sal, onde é possível se hospedar (preços acima nas hospedagens) ou simplesmente visitar o seu interior. No local existe um loja de souvenir e uma pequena lanchonete. O mais interessante é que tudo é feito mesmo de sal, tudo mesmo! Olhem as fotos para comprovar...

    Visitamos a região das extraçoes de sal e chegamos em nossa próxima e última parada, o pueblo de Colchaní. Os artesanatos bolivianos nesse lugar são muito baratos, aproveitem os preços e levem presentes para toda a família. Nem preciso lembrar que existe muita coisa feita de sal, né! (rs!). Olhem com calma, pois os preços podem variar de uma banquinha para outra. Ah, lembrei de uma coisa legal, não pechinche aqui, ok! Lembre que essas pessoas são muito pobres, busque pagar um preço junto ou até um pouco mais, você com certeza estará ajudando no sustento das famílias daquele lugar. Por fim, chegamos em Uyuni no horário do almoço e fomos para a Colque Tours negociar o nosso 4º dia de viagem, pois decidimos não voltar para San Pedro do Atacama. Ficamos com receio de ficarmos novamente doentes com a altitude. A Colque Tours nos ofereceu almoço em um dos melhores restaurantes da cidade, localizado na Plaza Arce e um boa hospedagem até o embarque a noite para La Paz. 
    Resumindo, embora todos os "males" da altitude, faria essa passeio novamente, pois a exuberância da natureza é algo que encanta os olhos.



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    segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

    Peru: Arequipa - La Ciudad Blanca





    Com uma população de aproximadamente 1 milhão de habitantes, Arequipa (ari = "pico" + quipa = "reina" referência ao Vulcão El Misti) disputa com Trujillo o segundo lugar das maiores cidades do Peru. Localizada a 2.380m acima do nível do mar, próxima a costa do pacífico e a região dos Andes. A região sem duvida é uma das mais belas do país e porque não dizer da América do Sul, com vales, costa, montanhas, vulcões e cânions. Sobreviveu a 5 terremotos (1687, 1868, 1958, 1960 e 2007), embora com destruições significativas na sua área urbana. todas restauradas ao longo dos anos. É chamada carinhosamente de La Ciudad Blanca, Arequipa possui muitas construções feitas com SILIAR, uma rocha de cor branca vulcânica, típica dessa região. Com forte descendência espanhola, sua arquitetura encanta a todos que passam por aqui. Em destaque a Plaza de Armas, com sua imponente Catedral e ao fundo o gigantesco Vulcão El Misti com seus 5.822mts de altura. 

           Como a maioria das cidades peruanas, tem na Plaza de Armas o ponto central da cidade, surgindo daí várias ruas e ruelas de paralelepípedos, característica muito peculiar da cidade.              Ao redor da Plaza existem excelentes restaurantes, bancos, hotéis, agências de turismo, museus, igrejas, lojas de artesanatos e muitas lojas locais (tipicamente do centro das cidades), com destaque para as Calles Santo Domingo e Mercaderes. 
    Precisando efetuar câmbio? O melhor mesmo é entrar em um dos bancos  da Calle Mercedes ou em uma das casas de câmbios espalhadas no início da Calle San Francisco. 
    O Clima em Arequipa no verão (novembro a abril) é temperado em torno dos 20ºC e no inverno com temperaturas bem acolhedoras, que giram entre 15ºC e 10ºC (noite). As chuvas são constantes nos períodos de janeiro a março, com precipitações quase que diárias. Estive em jan/10 na cidade e pude comprovar um pouco do calor e das chuvas, as noites são agradáveis. 
    Precisando de Informações Turisticas?! Fui em dois deles, o primeiro na Plaza de Armas em uma das varandas localizadas em frente a catedral, no sentido oposto da praça, vizinho ao  supermercado EL SUPER e um banco. O atendimento foi excelente, com ajudas valiosas, foi ofertado mapas e muitas dicas dos melhores locais para ir (comer/beber/baladas). A segunda fica na Calle Santa Catalina 210, em frente ao Monastério Santa Catalina, não cheguei a entrar mas observei um bom movimento de turistas. As duas funcionam de 9h as 19h. Para maiores informações visite o site: www.arequipa-tourism.com Se você pretende fazer algum passeio fora de Arequipa, na mesma Calle Santa Catalina existem diversas agências de turismo.

    QUANDO VISITEI


    Estive em Arequipa em janeiro/2010 dos dias 14/01 a 17/01, com origem de La Paz (Bolívia) e destino para Nazca (Peru).


    QUANTO GASTEI




    DICAS DE ROTEIROS

    COMO CHEGAR
    A Ciudad Blanca (Arequipa) está muito bem localizada no mapa, sua geografia proporciona o alcance facilitado das cidades mais turísticas do Peru, como Nazca(8h), Cusco(10h) e Puno(5h). Um pouco mais distante das capitais Lima (16h) e La Paz (11h), no entanto nada que possa assustar aqueles que não curtem viagens longas de ônibus. Existem vôos diretos para Lima (1h30), Cusco(1h) e Tacna(30min) - todos os dias. As empresas que operam são: LAN PERU e STARPERU. 
    Dica 1 : Chegando em Arequipa no "Terminal Terrestre", como é chamado, opte pelos táxis credenciados. São fáceis de serem identificados pelos adesivos. Negocie o preço antes de entrar, pois no Peru não existe taxímetro. O custo em média para o centro é de s/8,00 . Se você chegar de dia e quiser pegar um ônibus para o centro o custo fica em s/1,50. Arequipa é uma cidade grande e como todas as demais não é aconselhável andar a noite com uma mochila por aí, com certeza você será alvo fácil para os desocupados.
    Dica 2 : Muita atenção ao comprar passagens de bus! Eles costumam te vender uma categoria, como CAMA (leito), sendo que na hora do embarque você se depara com um SEMICAMA (semi leito). A utilização de ônibus com dois andares é bem comum para os trechos mais longo, eles utilizam esse argumento dizendo que o andar inferior do ônibus é CAMA, no entanto é um SEMICAMA com menor numero de pessoas. É como se fosse uma classe executiva (rs!).

    Diário de Mochileiro: Fizemos o trecho de La Paz até Arequipa em 13h, vou explicar porque! Saímos de Uyuni (Bolívia) um dia antes por volta de 20h rumo a La Paz (contarei detalhes no post de Uyuni) e chegamos em La Paz por volta de 7h30 da manhã. Primeiro ponto importante: os ônibus que fazem La Paz x Arequipa (Empresa Ormeño) saem pela tarde para cruzar a fronteira ainda de dia e seguem viagem chegando no destino a noite. São passagens mais caras (40%), no entanto você não precisa trocar de ônibus. Segundo ponto importante: existem várias empresas que "quebram" essa passagem em 3 e te falam que você vai do começo ao fim pela mesma empresa, nós caímos nessa pegadinha (rs!). As passagens são bem mais baratas, porem o "sofrimento" é maior. Não existe cadeira numerada e a desorganização é explicita, alias como tudo na Bolívia. Vou contar mais um pouco para que vocês entendam o trecho. 
    Bem, saímos de La Paz por volta de 8h em um microbus sentido Copacabana. A estrada é linda, porem muito perigosa. Estava chovendo bastante nessa manhã e a rota tem muitas curvas. O motorista, um maluco, parecia que estava carregando "saco de batata"..(rs!).
    Após 3h de viagem o bus para e ai vem a primeira surpresa... o motorista explica que teremos que atravessar o Lago Titicaca de barquinho e o bus na balsa. E as mochilas??? Deixa tudo no mesmo lugar. O lugarejo é bem pequeno e precário, os barquinhos nem se fala e o custo (Bs 2,00) da travessia não estava incluso na passagem. Mortos de fome, chegando do outro lado do lago, entramos em um local, tipo um mercado, que vendia de tudo um pouco, até COMIDA!!! Olhem, naquele dia eu perdi todo o meu preconceito com comida, a fome é literalmente o melhor tempero. Comi um café com pão e queijo. A "Chola", como são chamadas as mulheres tipicamente bolivianas, com a mesma mão que entregava o pão e cortava o queijo, passava o troco e tratava o peixe para cozinhar. Acho que não preciso contar mais, né! (rs!). Nossa amiga Lili, como sempre atrasada, quase perde o reembarque no bus e ainda pela proeza levou uma chamada do "motora" : "Señora, no estamos haciendo turismo"..bbbuuffuuu pra ela...(rs!). Todos no bus cairam na risada. Foi até bom para quebrar o clima tenso que foi gerado pela comida: "eu acho que se escapar dessa comida eu não moro mais"... (rs!). 
    Desembarque em Copacabana
    Seguimos viagem por mais 40min e chegamos em Copacabana. O bendito bus para em uma rua próxima a igreja principal, o motorista tira as nossas mochilas de cima do teto do bus e JOGA tudo no chão, lindo isso! (ódio!), depois a criatura (motorista) some!.. isso mesmo, sumiu... apareceu, fez uma ligação em um fone publico na frente de onde estávamos e pronto, mas nada! Eu: "amigo, donde tomamos el seguiente bus", resposta do "animal" do motorista: "En la plaza abajo, sies cuadras". Todos literalmente correndo com as mochilas feito loucos nas ruas de Copacabana (rs!). O problema minha gente, é que estávamos a 3810mts acima do nível do mar e correr 600mts é igual ir para São Silvestre (rs!). Chegamos em uma nova agência, a "moça do balcão" estava almoçando uma truta (peixe tipico do Lago Titicaca) e ficou apavorada quando falamos que precisávamos pegar o bus para Arequipa...largou o almoço e fez os 8 "patetas" correrem mais 300mts. Uffa paramos, cadê o ônibus? Na nossa frente uma van caindo os pedaços, lotada..."moça, não cabe todos nesse carro"...divide o pessoal. Enfim, rodamos 5km e chegamos na fronteira e como se não bastasse começa a chover...(rs!). Carimbamos a saída  da Bolívia atravessamos a fronteira, caminhamos mais uns 500mts, entramos em uma fila gigante para carimbar a entrada no Peru e pegamos um bom ônibus rumo a Puno. Chegando em Puno tivemos que novamente trocar de bus, dessa vez por muito pouco não perdemos o embarque. Viajamos de Puno para Arequipa pela empresa Flores, uma empresa grande com uma frota nível médio. Chegamos em Arequipa por volta de umas 23h.


    CIRCULANDO PELA CIDADE
    Como a grande maioria das cidades no Peru, Arequipa possui uma quantidade de "taxi" maior que o esperado. O cidadão tem um carro e coloca uma "plaquinha de taxi" e vai ganhar dinheiro, é bem assim! Mas não se assuste, isso é normal por lá. Uma boa opção são os taxis amarelos (pequenos), as corridas são bem baratas, até mesmo para aqueles que querem economizar na sua viagem. Existem também os micro-ônibus coletivos com  passagens em torno de S/1,50. Se decidir andar pelo centro faça tudo a pé mesmo, os lugares para visitas turísticas são bem próximo. Durante o dia andar pelo centro é tranquilo, pois as ruas são bem movimentadas. A noite aconselho andar em grupos, pois já li vários relatos de pessoas que foram assaltadas.


    HOSPEDAGENS
    Se duvida alguma, a melhor área para se hospedar é ao redor da Plaza de Armas, fica próximo de tudo, no entanto se paga um pouco mais por isso. Opções mais baratas existem a quatro ou cinco quadras da Plaza. Os hostels e hostals funcionam na sua grande maioria em casarões coloniais antigos, muito bem conservados e simpáticos. Descontos são possíveis (como todo brasileiro, o "choro" é inevitável), no entanto café da manhã são raros.

    Campings - Nenhum catalogado e também não consegui colher informações na cidade sobre os mesmos.

    Hoteis, Hostals e Hostels - No Peru as hospedagens são bem acessíveis, se compararmos os preços com outros países da America do Sul. Se você não quiser ficar em hostel, em quarto coletivo, pode optar por hotéis 2/3 estrelas ou hostals/pousadas com preços semelhantes. O custo fica ainda menor se estiver em dupla ou em grupo. Abaixo seguem algumas opções e a dica de onde ficamos. 
    click nos nomes para entrar nos links

    Misti House - Single U$ 8,00 / Compartilhado U$ 4,00
    La Posada del Virrey - Single U$ 11,00 / Double U$ 15,00
    Home BackpakersSingle U$ 12,00 / Compartilhado U$ 6,00
    The Point Arequipa HostelSingle U$ 14,00 / Compartilhado U$ 8,50
    Arequipay BackpakersSingle U$ 16,00 / Compartilhado U$ 8,50
    Pirwa HostelsSingle U$ 10,00 / Compartilhado U$ 8,50
    Bothy Hostel - Single U$ 12,50 / Compartilhado U$ 8,00
    Amazing Hostel - Single U$ 12,50 / Compartilhado U$ 8,00
    Flying Dog Hostel - Single U$ 14,00 / Compartilhado U$ 9,00
    Hostel Sol de Oro -  Single U$ 19,00 / Compartilhado U$ 9,00

    Diário de Mochileiro: Ficamos no Hotel Real, localizado na Calle San Domingo 305, quase em frente a linda Iglesia de Santo Domingo, bem próximo a Plaza de Armas (4 quadras). Hotel com 30 apto (suites), confortáveis, limpos, roupas de cama e banho novas, TV a cabo, internet wifi, café da manhã, lavanderia e serviços de translado. Pagamos em quarto duplo S/60,00 (U$ 21,00). Como falei anteriormente, ficamos em hotel pagando U$ 10,50 a diária por pessoa, muito barato. 

    Visite também a página do Lonely Planet com excelentes dicas de hospedagens em Arequipa, clique aqui!

    ONDE COMER/BEBER

    ROCOTO
    CEVICHE
    Arequipa é sinônimo de boa culinária, foi uma das cidades que mais comi bem no Peru e olha que sou bom de garfo (rs!). Muitos dos bons restaurantes estão situados ao redor da Plaza de Armas ou nas ruas próximas a ela. Oferecem cardápios para todos paladares e bolsos. Vale a pena lembrar que no Peru a base alimentar é frango, em todo canto que você passa vai ver uma placa de : "POLLO ASADO CON PAPAS FRITAS" (rs!) e para que não gosta de frango existem outras opções. Mas se você é daqueles que prefere uma boa comida regional, então vamos lá. As " picanterías" (restaurantes típicos arequipenhos), estão localizados nos distritos de Sachaca, Tiabaya, Yanahuara e Cerro Colorado, são templos autênticos do sabor que conserva a velha tradição culinária de La Ciudad Blanca. E nestes templos, é rendido culto a uma grande variedade de entradas, chupe (sopas), doces e bebidas. 
    Dentre os principais pratos podemos destacar o rocoto acolchoado (Pimenta Recheada), é prato emblemático da cozinha da arequipenha, o ceviche de camarões   (prato de entrada a base de peixe branco cru, sal, limão, azeite, acompanhado de papas - batata, choclo - milho), os chicarrones (torresmo ou pururuca), o cauchi de queijo (uma sopa de queijo), o cuy (porquinho da india) animal próprio do país (eu comi esse prato, no post de Cusco conto pra vcs) , o célebre chupe de camarões (sopa de camarões) ou a refrescante chicha de jora (uma bebida a base de milho, tipicamente inca). Mas se você não gostar de provar sabores novos, não se preocupe muito, em Arequipa existem diversos restaurantes com sabores internacionais, dentre eles as chifas (restaurante chinês) e os famosos pollo asado, como já falei, bastante populares na cidade. Após as refeições deixe sempre um espaço para as sobremesas, elas são verdadeiras obras de arte expostas ao longo das vitrines dos restaurantes e confeitarias nas proximidades da Plaza de Armas. As refeições em geral são acessíveis, mas é possível se comer bem com o MENUS DEL DIA (entrada - sopa ou salada + prato principal + refrigerante ou suco + sobremesa - postre) por apenas S/ 10,00 a S/15,00. Se preferir fazer sua própria comida, passe no EL SUPER, supermercado localizado na Plaza de Armas ao lado da Central de Informações.

    Diário de Mochileiro: Na noite em que chegamos em Arequipa, descemos por volta de umas 23h30 para a Plaza de Armas no intuito de jantar. Era uma sexta-feira e os restaurantes mais badalados a noite ficam um pouco distantes do centro. Conseguimos encontrar uma pizzaria muito agradável na Calle San Francisco, quase esquina com San Jose (não lembro o nome!). Também comemos muito bem no dia seguinte em uma das varandas da Plaza de Armas, por apenas S/12,00 o menu del dia. O iorgute é moda na cidade, existem vários locais bem legais para degustar essas delicias. Uma delas é a Pura Fruta, localizada na Calle Mercaderes 131. Outra delicia de Arequipa é o QUESO HELADO, é parecido com sorvete, porem é de queijo!!! Por todos os cantos da cidade é possível provar dessa iguaria gelada, ainda mais no calorzinho do verão. Provamos na Plaza de Armas de Yanahuara.

    BALADAS
    O point das boas baladas de Arequipa ficam na Av. Dolores. Muitas boates, salsa, cumbia, tem pra todos os gostos. Fomos e conseguimos entra de graça em duas boates, sempre com a conversa de que somos brasileiros..bla..bla..bla!!!

    PASSEIOS
    Plaza de Armas - essa praça se destaca por ser uma das mais interessante do Peru, foi onde a cidade foi fundada e é o ponto de encontro de arequipenhos e turistas. Com seus lindos jardins, fontes, milhares de pontos, é alvo de constante manutenção da prefeitura, mantendo tudo limpo e funcionando. De lá podemos ter uma bela visto do pico nevado do vulcão El Misti, nos dias claros.


    Basílica Catedral - Localizada na Plaza de Armas, aberta para visitas seg/sab 7h as 11h30 e 17h as 19h30 e aos domingos de 7h as 13h e de 17h as 19h. Sua construção é de 1612, toda em estilo neo-renascentista italiano, foi destruída em um incêndio em 1844, foi reconstruída e em 1868 uma de suas duas torres não resistiu a um terremoto. Foi reerguida e posteriormente destruída (ambas) no terremoto de 2001, mas reconstruída em ago/2002. No seu interior observamos muitas peças vindas da Europa, como órgão belga, o segundo maior da América do Sul, podendo ser tocado por até 3 pessoas ao mesmo tempo.


    Monasterio de Santa Catalina - Bem próximo da Plaza de Armas, por traz da Basílica Catedral, na Calle Santa Catalina 301, foi construído esse lindo Monasterio. Aberto diariamente para visitas das 9h as 17h, entrada S/30,00 (não aceita meia). O tamanho desse lugar chama atenção de todos, com seus altos muros que escondem uma mega estrutura construída em 1580, inicialmente abrigava cerca de 180 freiras e outros 320 moradores, entre serviçais e estudantes. Atualmente um pequeno número de freiras vivem em claustro, em uma área isolada. Reserve pelo menos 2h para visitar todo esse lugar, caminhe com calma em suas alamedas, entre em cada um dos lugares (capelas, residências, lavanderia, galerias de artes..), leia todas as informações fixadas ao longo dessa visita. Existem guias disponíveis logo na entrada, alguns falam português, o custo é conforme o seu bolso através de uma gorjeta espontânea. Para maiores informações: www.santacatalina.org.pe 


    Museo Santuarios Andinos - Na Calle La Merced 110, aberto seg/sab de 9h as 18h e dom de 9h as 15h, entrada S/15,00. Esse lindo museu foi criado em 1997, após 15 anos de estudos e pesquisas sa Universidade Católica de Arequipa. A grande atração desse museu é Juanita, uma menina inca encontrada no cume do vulcão Ampato, a mais de 6300m de altitude, onde estava congelada há mais de 500 anos. Seu corpo estava em ótimo estado de preservação e é mantido no museo em uma espécie de câmara de vidro com baixas temperaturas. Juanita, entretanto, nem sempre fica exposta, visto que durante o período de jan/abr ela é retirada para estudos e conservação. Nesse período são colocadas outras múmias incas no local. No local também existem outras trabalhos incas, entre metais, cerâmicas e têxteis. Cheguei a ir até o local, infelizmente estava fechado e no dia seguinte parti para Nazca. 


    Centro de Artesanía, Museo Histórico Municipal e Iglesia de San Francisco - Localizados na Calle Melgar, local de muitos bons restaurantes e pubs, entre as Calles Santa Catalina e San Francisco. Não entrei na Iglesia, entretanto, a plaza que compões o pátio da Iglesia é muito bonito. Ao lado o Museo Histórico Municipal e um pouco mais a frente a esquerda o Centro de Artesanía, tudo em uma mesmo conjunto de espaços. Vale a pena conferir !!! 

    Tour Campiña (passeios pelos arredores de Arequipa) - Contrate esse serviço em uma das agências da Calle Santa Catalina ou com um dos agentes que oferecem esse serviço na Plaza de Armas (são muitos e te abordam sempre). Bom senso sempre é bom, converse com o cara, pergunte sobre a agência, se ele é credenciado (eles possuem uma carteirinha) e feche os valores antes de fazer o tour. O Tour Campiña compreende os seguintes lugares: Mirador da Rinconada de Chilina, a Plaza de Armas de Yanahuara (linda!), Paucarpata, La Mansion del Fundador, o Molino de Sabandia e a Villa de Sashaca. Vou relatar os que visitamos abaixo.
    Diário de Mochileiro: Fizemos esse tour com o Sr. Javeir LLamoza, um guia oficial que conhecemos na Plaza de Armas, ele é um excelente profissional e fala também italiano. Contatos do Javier: email - javierllamoza@yahoo.es / Cel - 054 95 96033909. Ele também nos indicou  a Wasi Inca Tour para fazermos o passeio pelo Cañón del Colca (relato abaixo)


    Mirador de Paucarpata - Localizado a uns 15min (de carro) da Plaza de Armas, a beleza do lugar encanta a todos que ali chegam. A exuberante vista do Vulcão El Misti, o vale com sua grandes terraças incas que até hoje são usadas para o cultivo e toda a beleza bucólica que compõe o lugar. Pena que no dia que visitamos o vulcão estava encoberto pelas nuvens.




    Plaza de Armas de Yanahuara - O local é sensacional. A plaza é muito bem cuidada e pertence a um distrito de Arequipa. No mesmo lugar você encontra outro lindo mirador, similar ao que visitamos antes. Visite também a linda Iglesia, toda feita em rochas Siliar. Essa praça foi onde provamos o Queso Helado. 



    Villa de Sashaca - Localizada a 4km de Arequipa, Sashaca que significa: Rocha em formato de Árvore, é um pequeno distrito com 26km². Conhecida pelas boas "picanterías" típicas, também se destaca por seu mirador e a Iglesia de Santa Gertrudis (estava fechado quando fomos). O mirador oferece uma visão muito legal da região rural que circunda toda Arequipa.


    La Mansión del Fundador - Foi a residência do fundador de Arequipa, Manuel Garcia de Gavajal. Construída no século 17 e restaurada com todo o seu mobiliário original. O espaço hoje também é utilizado para eventos e principalmente casamentos. Consegui fazer um vídeo com as explicações do Javier sobre o local (abaixo). São muitas as histórias dessa casa, no entanto, a mais interessante era o porque da construção da casa ser tão distante da cidade. Isso ocorreu por conta da doença do seu filho (Síndrome de Down), pois naquela época a família tinha vergonha do problema e procurou isolamento da sociedade. O quarto de seu filho não é aberto para visitas até hoje, sabe-se que o mesmo vivia preso nesse quarto. Visite essa casa, ela é linda! Funciona das 9h as 17h, entrada S/10,00 (5,00 estudante).

    Rancho em Sabandia - Saindo da casa do Fundador, fomos para um rancho muito legal, que fica no caminho do Molino de Sabandia. O local é típico de um interior, com muito verde, animais, sem duvida é pra quem gosta de natureza e calmaria. Um grupo optou por passear a cavalo e outro em tomar uma cerveja no Rancho Aventura, eu claro estava no grupo da cervejinha com pollo (rs!). Dica: leve um tênis, meia e repelente para fazer esse passeio a cavalo. Nossa amiga Vanessa sofreu muito depois por conta dos mosquitos. O passeio a cavalo custa S/ 10,00 por meia hora.


    Cañón del Colca - Muitas pessoas que visitam Arequipa, chegam na cidade no intuito utilizar a cidade como ponto de partida para um dos passeios mais bacanas feitos no Peru, o do Cañón del Colca, ou como também é chamado de Parque do Valle del Colca. Conhecido como um dos mais profundos cânions do mundo, com até 4.160m e um comprimento de 120km. 
    A região é de deixar qualquer um de boca aberta, a estrada que liga Arequipa a cidade de Chivay também, muitos desfiladeiros, penhascos e muitas curvas. Em alguns momento a estrada chega a passar a quase 5.000mts de altitude. O passeio é finalizado no Mirador Cruz del Condor, um dos pontos mais estratégicos para visualizar o vale. 
    O tour normalmente é de 2 dias e 1 noite, custa em média S/75 e S/250, dependendo dos locais onde serão feitas as refeições e o tipo de hospedagem. Nos valores já estão inclusos também a entrada do parque (S/35,00 estrangeiros), vans, guias e dependendo do pacote até o café da manhã. As vans ou ônibus saem de Arequipa entre 7h e 9h, após pegarem os passageiros em suas hospedagens. A estrada em alguns momentos é bem precária (em construção), durante mais ou menos umas 1h30, após esse trecho a estrada fica boa. Durante o trecho existem algumas paradas para banheiros e paradas para visualizar a fauna e a flora. O primeiro destino é Chivay, logo no horário do almoço. No período da tarde, os passeios costumam visitar as águas termais de La Calera. À noite, o jantar normalmente é acompanhado por música folclorica em uma peña. 
    No dia seguinte bem cedinho (6h) o tour parte para o Mirador Cruz del Condor, lembrando que após as 8h é dificil visualizar o passaro. Durante todo o caminho busque sentar sempre do lado direto da van para aproveitar a vista do vale. Existem também esse mesmo passeio em um único dia, saindo de Arequipa de madrugada, fizemos esse e vou relatar abaixo.Para os mais aventureiros existe a opção de trekking nesta região, em geral são 2 dias e 1 noite, com guia, comida e alojamento, custo em média U$ 100, dependendo do percurso, onde a caminhada mais tradicional é entre os povoados de Cabanaconde e Tapay.
    Diário de Mochileiro: Nossa saga teve início as 3h da manhã, o micro-ônibus passou em nosso hotel e seguimos viagem até Chivay. Eu estava passando muito mau da barriga desde o dia anterior, imaginem passar 5h dentro de um ônibus sacolejando e sem banheiro, foi terrível, mas sobrevivi. Em Chivay descemos para pagar o voucher de entrada do Parque do Valle del Colca, custo de S/35,00. Seguimos viagem por mais 1h e enfim chegamos no Mirador Cruz del Condor. O lugar é gigante, com várias plataformas de observações. 
    As nuvens nessa manhã estavam muito baixas e todos com muita ansiedade de visualizar o Condor. Imaginem, viajar tudo isso para não ver o bendito do Condor, isso pode acontecer. Nos últimos 20min de visita, o céu abriu e o Condor apareceu, foi um alivio para todos. Saindo do Mirador, retornamos para Chivay onde almoçamos carne de Alpaca, uma delicia! O restaurante é self-service e incluso no pacote, bebidas por fora. 


    Após o almoço fomos para as termas, que sinceramente não gostei, tem mais cara de piscinão com água quente do que de termas (entrada não inclusa no pacote). Voltamos e no caminho uma surpresa: o nosso motorista dormiu ao volante na linda estrada em meio aos desfiladeiros. Por muito pouco todos não morremos !!! Nosso herói foi um turista colombiano, que apelidamos de "Crocodilo Dande" (rs!). Ele estava sentado na ultima fila de cadeiras, na poltrona que fica no meio do corredor e viu pelo retrovisor interno o motorista cochilando. Mais do que ligeiro ele dar um grito e corre dizendo palavras *%#@ com o motorista. Pensemmm...!!! Todos no ônibus dormindo e do nada acordam com uma confusão dessas. Procuramos entender, o guia colocou musica e foi conversando com o motorista. Com tudo isso ele ainda cochilou por mais uma vez, aí a confusão foi generalizada. O restante da viagem, mais umas 3h, foi de muita tensão. Ninguém conseguiu mais dormir. O grande problema nisso tudo é porque o motorista que foi para o tur, saindo de Arequipa na madrugada, era o mesmo da volta para Arequipa, não tem ser humano que aguente dirigir por mais de 14h seguidas sem descanso. Chegamos ao hotel, tomamos um banho muito rápido e seguimos no tranfer para o terminal rodoviário. Nessa noite seguimos para Nazca.


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